Não foi acaso. Foi cuidado. Um daqueles encontros que só Deus é capaz de escrever com tamanha precisão e poesia.

Era 2018, um grupo chamado Missão Eleitos, na paróquia Santa Inês, no coração do Lauzane. Ele já estava lá — presente em cada risada, em cada roda de conversa, como se a alegria morasse nele. Ela chegou com a alma serena e os olhos atentos, convidada pela prima.

Foi ali que Nescau — o sanguíneo, falante, exagerado, quase impossível de ignorar — cruzou olhares com Toddy — a introspectiva, melancólica, de fala mansa e coração observador. Dois mundos distintos, como manhã e noite. Mas até o céu precisa dos dois para formar um pôr do sol.

Nos bastidores das missas, das partilhas e dos retiros, nasceu uma amizade inusitada, daquelas que nem o tempo explica. Ela o escutava em silêncio. Ele fazia piada só para vê-la rir, mesmo que de canto de boca.

E assim, sem grandes gestos, mas com pequenos sinais, a história foi sendo escrita. Até que, em 20 de novembro de 2020, os olhos falaram o que as palavras ainda hesitavam. Foi quando entenderam que Deus já havia colocado um no caminho do outro fazia tempo — só faltava perceber.

Começaram a namorar e descobriram que amor de verdade não é feito só de flores, mas de raízes. Que não é só sobre dar certo, é sobre crescer juntos — e, às vezes, também podar.

Vieram os encontros com hora marcada e os desencontros inevitáveis. As conversas até tarde e os silêncios que também dizem muito. Os passeios simples, o brigadeiro na panela, as orações feitas de mãos dadas e os sonhos partilhados entre uma missa e outra.

Não houve um momento épico, cinematográfico. Houve uma construção constante. Tijolo sobre tijolo. A base? Deus. O cimento? Paciência, fé e carinho.

Hoje, olhando para trás, vemos que cada passo fez sentido. E olhando para frente, sabemos que o melhor ainda está por vir.

Estamos dizendo “sim” ao altar, mas também ao cotidiano. Ao lavar a louça, ao cuidar um do outro, ao chorar junto, ao rir com vontade, ao escolher amar mesmo quando for difícil.

Porque o amor que Deus sonhou para nós não é passageiro — é vocação. É caminho que leva ao céu.

E se depender de nós, vai ser doce como Toddy e forte como Nescau. Vai ter fé, amizade, cumplicidade e uma pitada de palhaçada.

Esse é o começo do nosso para sempre. Ou, como gostamos de dizer:

Um ponto final… para não acabar.